Passou a infância com o pai. A mãe era bipolar, vivia internada em hospícios. Pode ser que daí venham algumas idiossincrasias da personalidade.
Não me recordo se passou em branco. Por mim foi quase. Nicolas Cage virou sessentão em janeiro deste 2024. Tanto sua trajetória profissional como pessoal são dignas de estudos. Arranjou o sobrenome num personagem de quadrinhos, Luke Cage, da Marvel, criado nos anos 70, do qual era fã. Fruto do relacionamento de um professor universitário e uma coreógrafa, o ator rejeitou o familiar Coppola – sim, é sobrinho do diretor Francis Ford e primo de Sophia.
Passou a infância com o pai. A mãe era bipolar, vivia internada em hospícios. Pode ser que daí venham algumas idiossincrasias da personalidade dele quando o assunto é atuação. Por exemplo: comeu barata viva a compreender seu personagem em 'O Beijo do Vampiro' (1989). Outra: ao filmar 'Birdy' (1984), sobre Guerra do Vietnã, com seu personagem tendo fixações perturbadoras e traumas, arrancou 2 dentes sem anestesia (até hoje é contra o uso de qualquer remédio), para conseguir traduzir os sentimentos atordoantes. Mais uma – e esta lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator por 'Despedida em Las Vegas' (1995): filmou-se bêbado com a finalidade de dar ainda mais realismo a Ben Sanderson, personagem que era alcoólatra.
No campo pessoal, casou-se muitas vezes e viu a fortuna de US$ 150 milhões desabar ao comprar mansões, castelos (um deles, na Inglaterra, foi construído em 1775) e determinadas bizarrices, como esqueletos de dinossauros e cabeças de pigmeus. Possui coleção de HQ's de US$ 1,6 milhão – dentre as preciosidades está, avaliada em US$ 150 mil, a primeira edição da revista 'Action Comics', de junho de 1938, onde 'Superman' estreou (Cage, aliás, deu vida ao herói recentemente e estava cotado a encarná-lo também na década de 90).
Chegou a ter vários Rolls Royces. Gastou US$ 450 mil numa Lamborghini. Por isso é fácil imaginar porque topa rodar longas-metragens ruins, toscos. Necessita dos cachês para manter seus brinquedinhos. Mesmo assim, pasmem, endividou-se de tal maneira que precisou vender os imóveis.