Eu poderia escrever aqui outros tantos nomes, centenas. Quem você conhece desta lista modesta?
André Filho, Darcy Pedrosa, Orlando Drummond, Garcia Júnior, Gessy Fonseca, Isaac Bardavid, Miriam Fischer, José Santa Cruz, Borges de Barros, Older Cazarré, Neville George, Domício Costa, Lima Duarte, Olney Cazarré, Newton da Matta, Selma Lopes, Nizo Neto...
Eu poderia escrever aqui outros tantos nomes, centenas. Quem você conhece desta lista modesta? Todos são, ou foram, exímios dubladores brasileiros de filmes, seriados e desenhos exibidos nas emissoras tupiniquins nas décadas de 1960 à de 1990.
Gigantes na arte de emprestar suas vozes a personagens inesquecíveis que povoam o nosso imaginário, quase nunca tiveram as devidas reverências tão merecidas. Um ou outro, sim - casos de, por exemplo, Lima e Drummond, respectivamente os donos das vozes do Manda Chuva e Alf: O ETeimoso, dentre demais figuras.
Agora a pouco, em 29 de junho, comemorou-se o Dia do Dublador.
Pinço na coluna de hoje 3 destaques do rol proposto por mim anteriormente: André Filho, Darcy Pedrosa e Borges de Barros. O 1º, falecido precocemente aos 51 anos, em 1997, fez Christopher Reeve e Sylvester Stallone falarem português com maestria nos longas-metragens 'Superman' (os 3 primeiros, de 1978, 80 e 83) e 'Rocky' (1976, 79, 82, 85 e 90).
O 2º é, de longe, o meu favorito. Morreu em 1999, aos 69 anos, e esteve na pele de Jack Nicholson em diversas fitas, como 'Batman' (1989), e Anthony Hopkins, como em 'O Silêncio dos Inocentes' (1991). Sua voz gutural virou uma marca, e apareceram até mesmo imitadores que tentavam, em vão, claro, reproduzir falas de Pedrosa.
O 3º, os com mais de 40, 50 anos, se lembrarão, pois Barros interpretou por muito tempo no programa 'A Praça é Nossa' o 'Caro Colega', aquele mendigo metido a milionário que dizia aconselhar os poderosos. É dele a voz do Zeca Urubu, do desenho 'Pica-Pau'; Pinguim, do seriado 'Batman' (1966-68); Moe, de 'Os Três Patetas'; e Dr. Smith, de 'Perdidos no Espaço'.
Barros morreu em 2007, com 87 anos. Falei pelo telefone com ele em 2002 por causa de um projeto de faculdade que contava a história da radionovela no Brasil. Gentil, respondeu às minhas perguntas com aquela voz singular.