A produção mostra como foi o desenrolar do episódio. Há entrevistas com quem presenciou o fato e parentes das vítimas, como Márcio (filho de Oliveira).
Em 18 de maio o advogado Franz Holzwarth teria completado 80 anos, se estivesse vivo. Morreu na tarde de 14/2/1981 na rebelião dos presos da cadeia da Avenida Siqueira Campos, no centro. Ele virou uma espécie de símbolo desta tragédia, que vitimou outras 6 pessoas: os detentos Francisco Alves, Orlando Araújo, Antônio Santos, José Faria e José Silva, e o policial Antônio Oliveira.
A TV Câmara Jacareí lança hoje (se você me lê neste sábado, dia 16), 7 da noite, na Sala Mário Lago, o documentário sobre este acontecimento (entrada gratuita). A produção (da qual participo) mostra como foi o desenrolar do episódio. Há entrevistas com quem presenciou o fato e parentes das vítimas, como Márcio (filho de Oliveira).
A sucessão das horas carregadas de tensão e medo, lembranças e traumas compõe a trama, que dentro de uns dias poderá ser assistida integralmente no youtube.
Uma das filmagens, com Mário Ottoboni (1931-2019), gravada em 2013, permanece inédita até hoje. Presidente da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), foi, ao lado de Franz, um dos mediadores das negociações entre rebelados e policiais.
Estão também no documentário, por exemplo, Valter de Souza, um dos melhores amigos de Franz, Benedicto Lencioni, prefeito de Jacareí em 1981, José Aparecido, chefe dos escrivães na época, irmãos de Franz (a equipe da emissora viajou até Barra do Piraí–RJ, onde a família mora), Pedro Faria (ex-investigador) e o jornalista Carlos Nascimento, que cobriu pela Globo – sua reportagem ganhou no fim daquele ano o Prêmio Vladimir Herzog de Jornalismo (era a primeira vez que se cobria daquele modo um motim penitenciário – o vídeo, que está na internet, até hoje é impactante, com cenas fortes).
Por que o caos começou? Como os bandidos renderam funcionários da cadeia e se prepararam à fuga? Qual a opinião sobre a APAC? Quem deu o primeiro tiro, que desencadeou o tiroteio e, consequentemente, a matança?
Franz, velado na Câmara jacareiense, hoje está num processo de canonização, por seu martírio, para virar santo da Igreja Católica, da qual era devoto fervoroso – dá nome a ruas de Jacareí, São José dos Campos e Barra do Piraí.