Geralmente são casos de morte. O impacto da notícia é tamanho que fixamos tudo ao redor.
Há determinados fatos históricos que, se alguém te pergunta o que fazia ou onde estava naquele dia, você fatalmente saberá responder, nem precisará pensar duas vezes. Geralmente são casos de morte. O impacto da notícia é tamanho que fixamos tudo ao redor.
Exemplos: os desaparecimentos de Senna, Mamonas Assassinas, Michael Jackson. Dos mais velhos, os tiros que assassinaram Kennedy, a chegada do homem à lua, a derrota na Copa de 1950 etc. Um deles, claro, ocorreu exatas duas décadas atrás: os atentados às torres gêmeas nos EUA.
O que você que me lê fazia naquela manhã de terça-feira? Sim, me recordo que era terça-feira e eram umas 9 horas. Eu cursava o 3º ano de jornalismo em Mogi das Cruzes, tinha 19 anos, e estava na sala de computação da universidade quando entrei no site da Folha de SP (naquele tempo eram liberados os acessos aos não-assinantes) e vi a notícia de um 'acidente' bem no coração americano.
O tempo foi passando e começamos a entender o que ocorria. Foi a primeira vez que ouvi falar em islamismo, Bin Laden, terrorismo, assim por diante. Tinha vagas lembranças da Guerra do Golfo, precisamente 10 anos antes, em 1991. A cobertura da TV Globo, com Carlos Nascimento ancorando o plantão, me marcou.
No desabamento dos prédios, levei um choque. O que sucedeu depois, em relação ao cinema americano, foram odes a Nova Iorque. No Oscar seguinte, de 2002, Woody Allen, que sempre rejeitou sequer comparecer à cerimônia mais importante da sétima arte, estava lá discursando, aplaudido de pé, falando sobre a beleza nova-iorquina. No dia seguinte, corri à banca de jornal (em 2001 ainda existiam e vendiam jornais) e comprei a Folha.
Havia cadernos especiais explicando tintim por tintim do caso, rememorando outros atentados e com entrevistas dos hoje famosos e cansativos 'especialistas' (não aguento mais ouvir ou ler esta palavra). O planeta não foi o mesmo depois daquilo. George W. Bush estava para completar somente 8 meses como presidente e fez do confronto sua arma, espalhando tropas pelo Oriente Médio (conseguiu matar Sadam Hussein). Mas foi Obama quem achou e matou Bin Laden, supostamente.