Metalúrgicos estão em luta por salários atrasados, empregos e estatização da fábrica localizada em Jacareí.
O ato que marcou um ano de greve na Avibras, realizado na manhã desta segunda-feira (11), foi também de decisão pela continuidade da paralisação. A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, contou com cerca de 300 pessoas e aconteceu em frente à fábrica, em Jacareí. Em assembleia, os trabalhadores decidiram permanecer em greve, a mais longa da categoria em 67 anos de história.
MEMÓRIA
A mobilização na Avibras começou no dia 9 de setembro de 2022, deflagrada principalmente em protesto contra os constantes atrasos salariais. Em um ano, a empresa pagou apenas quatro meses de salários. Durante todo esse período, os trabalhadores realizaram uma série de passeatas, protestos, assembleias e um piquete contínuo em frente à fábrica. De acordo com o sindicato que representa a categoria, a greve é 'por salários, empregos e estatização da fábrica'.
ESTATIZAÇÃO
Além de organizar a greve, o Sindicato também cobra intervenção do governo federal no sentido de regularização dos salários e estatização da fábrica, que possui cerca de 1.400 trabalhadores.
A Avibras, principal fabricante de material bélico do país, cumpre papel estratégico no setor de Defesa. A empresa possui contratos com as Forças Armadas brasileiras, incluindo o Astros 2020, sistema lançador de foguetes e mísseis, considerado um dos mais avançados do mundo.
Apesar de sua importância para o Brasil, a Avibras está em recuperação judicial e, ainda de acordo com o sindicato, "corre o risco de passar para as mãos de capital estrangeiro". Ainda segundo a entidade, a Barzan Holdings, empresa do Catar, já manifestou interesse em investir na fábrica brasileira.
"Temos que exigir do governo Lula e do Congresso Nacional a estatização da Avibras, uma fábrica construída pelos brasileiros e que tem de ser mantida a serviço do nosso país", disse o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.