Montadora anunciou o fechamento de sua linha de produção e a demissão de cerca de 480 funcionários, em Jacareí.
A Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores se manifestaram oficialmente contra o fechamento da empresa e em apoio aos trabalhadores da Caoa Chery. Há cerca de três semanas, a montadora chinesa anunciou o fechamento de sua linha de produção de veículos e a demissão de cerca de 480 dos atuais 600 funcionários da fábrica, em Jacareí.
O documento emitido pela Câmara data de 18 de maio e é assinado por todos os 13 vereadores da Casa. Um Requerimento aprovado em Plenário pede à empresa que cumpra o acordo registrado em ata no dia 10 de maio com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, "quando os representantes da montadora aceitaram a proposta da entidade para suspensão das 480 demissões e adoção de layoff."
O documento enfatiza que, 'três dias após a negociação, a empresa retrocedeu e afirmou que não mais aceitaria o programa'. O fato vem sendo amplamente noticiado pelo Diário de Jacareí.
A nota oficial da Prefeitura Municipal, assinada pelo prefeito Izaias Santana (PSDB), foi divulgada nesta sexta-feira (20) com ênfase nos benefícios fiscais e de estrutura no entorno da área onde se instalou em Jacareí: "vale destacar, em especial, a priorização de investimento público em drenagem, dentre tantas outras áreas do Município que esperam obras dessa natureza", afirma.
O documento diz ainda que o anúncio unilateral da suspensão das atividades, sem ao menos o esgotamento das possibilidades de negociação com os órgãos dos governos municipal, estadual e federal "´é outro fator que causa estranheza", reforça.
A nota assinada pelo prefeito pede ainda a preservação dos empregos, condição indispensável para o cumprimento do compromisso de contraprestação social "pelos investimentos públicos que direta ou indiretamente beneficiaram o grupo econômico e sua cadeia produtiva", finaliza.
JUSTIFICATIVA
O argumento da empresa para o fechamento da fábrica é a retirada de linha do modelo Tiggo 3X e a importação dos modelos Arrizo 6 e Arrizo 6 Pro, que antes eram fabricados em Jacareí. A montadora argumenta ainda que a unidade passará por uma modernização para a produção de carros elétricos, que começaria apenas em 2025. O Sindicato defende que a produção do Arrizo deve permanecer em Jacareí.
Se o fechamento da unidade se confirmar, somente para o setor de autopeças o impacto deve ser de R$ 37 milhões. Os dados são do Ilaese (Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos).