Cantora baiana, que morreu nesta quarta-feira (9), fez parte da programação do aniversário de 351 anos de Jacareí.
A cantora Gal Costa, 77 anos, que faleceu na manhã desta quarta-feira (9), em São Paulo, esteve em Jacareí no ano de 2003. Consagrada como uma das maiores vozes do Brasil, Gal fez parte da programação do aniversário de 351 anos da cidade, organizada pela Prefeitura Municipal.
Era o terceiro ano de mandato do então prefeito Marco Aurélio de Souza (PT), que governou Jacareí entre os anos de 2001 e 2008. A cantora baiana se apresentou no Pátio dos Trilhos na noite do dia 5 de abril, um sábado. O local era o único da região central para eventos desse porte, porque o Parque da Cidade ainda não havia sido construído.
O show de Gal Costa em Jacareí, em 2003, foi o de segundo maior público. Na ocasião, segundo estimativas da Prefeitura, foram cerca de 30 mil pessoas presentes. O show durou cerca de uma hora e meia com a interpretação de grandes sucessos de sua carreira.
Além de Gal, fizeram parte da programação a Banda LS Jack, no dia 3; Moraes Moreira, dia 4 e a jacareiense Cecília Militão, que encerrou a festa na noite de 6 de abril daquele ano, um dia depois da apresentação da cantora baiana.
BASTIDORES
Procurado pelo Diário de Jacareí, o ex-prefeito Marco Aurélio lamentou a morte da cantora, mas disse se lembrar com alegria do dia em que ela esteve na cidade.
"Gal Costa confidenciou, antes do show, ao presidente da Fundação Cultural à época, João Roberto, que estava um pouco nervosa, devido a estar diante de um show em local aberto, sendo que era mais comum ela fazer shows em locais fechados. Achei interessante uma pessoa com a capacidade dela, partilhar este sentimento. Gal homenageou músicos de Jacareí, citando nomes como Jurim Moreira, Elber Bedaque, Jorjão Carvalho, Nair Cândia, Jaime Alem, entre outros, além de cantar duas músicas do compositor jacareiense José Maria de Abreu, patrono da nossa Fundação Cultural", comentou.
HISTÓRIA
Gal Costa nasceu em Salvador em 1945, batizada de Maria das Graças Penna Burgos, segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, que conta de forma detalhada sua trajetória premiada na música nacional.
Fã de bossa nova desde a adolescência, Gal fez seu primeiro show em 1964, na inauguração do Teatro Vila Velha, na capital baiana, já ao lado de nomes que lhe fariam companhia ao longo da carreira, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Tom Zé.
Seu primeiro LP, Domingo, foi gravado em 1967, ao lado de Caetano Veloso e com produção de Dori Caymmi. Quando seu primeiro álbum individual foi lançado, em 1969, Gal já havia gravado sucessos icônicos de sua carreira, como Divino Maravilhoso, apresentado no IV Festival de Música Popular Brasileira, e Baby, que fez parte do LP Tropicália.
Com uma carreira de interpretações inesquecíveis, a cantora também marcou época quando, em 1975, gravou Modinha para Gabriela, para ser o tema da novela Gabriela, da TV Globo. No ano seguinte, Gal se uniu a Maria Bethânia, Gilberto Gil e Caetano Veloso para formar Os Doces Bárbaros, grupo que reuniu multidões em seus shows.
Ao longo dos mais de 50 anos de carreira, Gal Costa marcou com sua voz composições de grandes nomes da música brasileira, como Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, Festa do Interior, de Abel Silva e Moraes Moreira, Sonho meu, de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, Pérola Negra, de Luís Melodia, e Chuva de Prata, de Ed Wilson e Ronaldo Basto.