Na última terça-feira (3), o Estado de São Paulo deixou de receber da pasta 228 mil doses do imunizante
O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, alertou nesta quinta-feira (5) que o corte de 50% no envio de vacinas da Pfizer pelo Governo Federal ao Estado de São Paulo deixa em aberto o início da imunização de adolescentes que possuem deficiências, comorbidades, gestantes e puérperas, inicialmente prevista para começar em 18 de agosto. A Pfizer é a única vacina contra a Covid-19 autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em adolescentes, até o momento.
Na terça-feira (3), o Estado recebeu do Ministério da Saúde 228 mil doses a menos do imunizante. A Procuradora Geral do Estado, Lia Porto, e a Procuradora do Estado Camila Pintarelli anunciaram que a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo vai acionar o Poder Judiciário contra o corte no envio de vacinas pelo Ministério da Saúde.
Com população aproximada de 46,3 milhões de pessoas, segundo estimativa de 2020 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), São Paulo tem recebido pelo menos 22% das vacinas distribuídas pelo Ministério da Saúde pelo PNI (Plano Nacional de Imunizações). São lotes proporcionais à população local, independentemente de público-alvo da vacinação ou tipo de imunizante disponível.
"O Plano Estadual de Imunização definiu o início da vacinação dos adolescentes com comorbidades, com deficiências, gestantes e puérperas no dia 18 de agosto. A vacinação destes adolescentes nesta data está em aberto até que o Ministério da Saúde regularize esta situação e garanta a continuidade dos envios de doses na proporcionalidade que vem sendo praticada até aqui", destacou o secretário Executivo da Secretaria da Saúde, Eduardo Ribeiro.
Na terça-feira (3), a Secretaria da Saúde enviou ofício ao Ministério da Saúde pedindo para que mais 228 mil doses do imunizante fossem entregues em prazo de até 24 horas, mas isso não aconteceu.
De acordo com o governo estadual, a decisão do Ministério da Saúde não foi informada com antecedência e coloca em risco a proteção de 228 mil pessoas que deveriam ter acesso a vacinas da Pfizer nos municípios paulistas.