Por Bruno de Freitas Moura/Agência Brasil em Sexta, 28 Novembro 2025
Categoria: Geral

Expectativa de vida no país sobe para 76,6 anos, a maior já registrada

​É o maior valor já registrado desde 1940, quando começa a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A expectativa de vida do brasileiro chegou a 76,6 anos em 2024. É o maior valor já registrado desde 1940, quando começa a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2023, o indicador estava em 76,4 anos.

A expectativa de vida ao nascer representa quantos anos uma pessoa viverá, em média, se forem mantidos os padrões atuais de mortalidade. Já em comparação com o início da década de 40, houve avanço de 31,1 anos. À época, o brasileiro que nascia tinha expectativa de viver apenas 45,5 anos.

Os dados fazem parte da chamada Tábua de Mortalidade, divulgada nesta sexta-feira (28) pelo instituto.

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No mundo, os locais com maiores expectativas de vida são Mônaco (86,5 anos), San Marino (85,8), Hong Kong (85,6), Japão (84,9) e Coreia do Sul (84,4).

EFEITO PANDEMIA
O IBGE aponta que, de uma maneira geral, a expectativa do brasileiro tem trajetória de crescimento. A exceção foi durante a pandemia de Covid-19. Em 2019, quem nascia esperava viver 76,2 anos, patamar que foi reduzido para 72,8 anos em 2021.

Confira a evolução da expectativa de vida ao nascer nos últimos anos:

- 2000: 71,1 anos
- 2010: 74,4 anos
- 2019: 76,2 anos
- 2020: 74,8 anos
- 2021: 72,8 anos
- 2022: 75,4 anos
- 2023: 76,4 anos
- 2024: 76,6 anos

MULHERES VIVEM MAIS
A projeção do IBGE mostra que as mulheres, historicamente, têm expectativa de vida maior do que os homens. Em 2024, a esperança delas era de 79,9 anos, enquanto a deles era 73,3 anos. Isso significa que as mulheres têm em média 6,6 anos de vida a mais do que os homens.

Em 1940, essa diferença era de 5,4 anos, a menor já registrada. A maior disparidade foi no ano 2000, quando ficou em 7,8 anos.

A Tábua da Mortalidade apresenta também o indicador de sobremortalidade masculina, que analisa a relação entre as taxas de mortalidade de homens e mulheres. O dado aponta que, em 2024, na faixa etária de 20 a 24 anos, a sobremortalidade masculina era 4,1 vezes o das mulheres.

Isso significa que, nesse grupo de idade, um homem de 20 anos tinha 4,1 vezes mais chance de não chegar aos 25 anos do que uma mulher.

No grupo de 15 a 19 anos, a taxa ficou em 3,4; já no grupo de 25 a 29 anos, 3,5.

Ao apontar que na década de 1940 não havia essa diferença elevada entre os sexos, o IBGE explica que o fato de morrerem mais homens está relacionado ao processo de urbanização e metropolização do Brasil.

"A partir dos anos 1980, as mortes associadas às causas externas ou não naturais (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito etc.) passaram a elevar as taxas de mortalidade da população, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino", cita o IBGE.

EFEITO PREVIDÊNCIA
A Tábua da Mortalidade é uma das fontes de informação do governo para ajustar o chamado fator previdenciário, que integra o cálculo dos valores das aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O estudo aponta a expectativa de vida do brasileiro em determinadas idades. Por exemplo, em 2024, a população do país que chega aos 60 anos de idade vive, em média, mais 22,6 anos (20,8 anos para homens e mais 24,2 anos para as mulheres).

Em 1940, esse período a mais de vida para uma pessoa de 60 anos era 13,2 anos.

Já uma pessoa de 80 anos tinha a expectativa de viver mais 9,5 anos (mulheres) e 8,3 anos (homens). Em 1940, esses valores eram de 4,5 anos para as mulheres e 4 anos para os homens.

MORTALIDADE INFANTIL
O levantamento mostra que a mortalidade infantil, que considera para o cálculo bebês com menos de 1 anos de idade, era de 12,3 para cada mil crianças em 2024. O dado representa melhora na comparação com 2023 (12,5), mas fica ainda acima de 2000, quando a taxa era de 11,4 para cada mil crianças.

Em uma comparação mais longa, a evolução é explícita. Em 1940, de cada mil crianças que nasciam, 146,6 morriam com menos de 1 ano de idade. O IBGE associa a evolução a fatores como campanhas de vacinação em massa, atenção ao pré-natal, ao aleitamento materno, ação dos agentes comunitários de saúde e programas de nutrição infantil, entre outros fatores.

"Também contribuíram para a diminuição desse fatídico indicador os aumentos da renda, da escolaridade e do número de domicílios com acesso a serviços de saneamento adequado", completa o instituto.

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