Por André Richter/Agência Brasil em Terça, 29 Abril 2025
Categoria: Geral

CGU aponta 'indústria de descontos indevidos' em benefícios do INSS

Relatório faz parte da investigação da Polícia Federal (PF), deflagrada para combater descontos não autorizados nos benefícios. 

Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que há indícios da existência de uma 'indústria de descontos ilegítimos' nos benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Clique aqui para participar do canal do Diário de Jacareí no WhatsApp e receber notícias em tempo real.

O relatório da CGU faz parte da investigação da 'Operação Sem Desconto', da Polícia Federal (PF), deflagrada na semana passada para combater descontos não autorizados nos benefícios. O segredo de Justiça da apuração foi derrubado na última segunda-feira (28).

Em um dos trechos do documento, o órgão cita um dos casos de suspeita de fraude. A CGU constatou o envio à Dataprev, empresa pública de tecnologia da Previdência Social, de duas autorizações de desconto para o mesmo beneficiário. O envio ocorreu no mesmo dia e por duas associações diferentes.

Segundo os auditores, as suspeitas indicam a possível utilização indevida das informações cadastrais dos beneficiários.

"Nesse cenário, reiteram-se os indícios da existência de uma indústria de produção de termos de descontos ilegítimos, utilizados ilegalmente pelas entidades associativas", constata o órgão.

Em outro ponto da auditoria, a CGU também constatou que a maioria dos aposentados e pensionistas entrevistados pelo órgão desconheciam as entidades que realizavam descontos de mensalidades associativas não autorizadas.

Entre os meses de abril e julho de 2024, a CGU fez entrevistas em todos os estados com beneficiários que têm descontos em folha. Segundo o órgão, dos 1.273 entrevistados, apenas 52 confirmaram filiação às entidades, e somente 31 autorizaram os descontos.

SUSPENSÃO
Logo após a deflagração da operação da PF, o INSS suspendeu todos os descontos oriundos dos acordos com as entidades. Para reaver o dinheiro retroativo aos anos anteriores, a Advocacia-Geral da União (AGU) montou um grupo para buscar a reparação dos prejuízos.

OUTRO LADO
Após a retirada do sigilo das investigações, o INSS informou que não comenta decisões judiciais em andamento.

Em nota divulgada após a operação, o instituto declarou que, das 11 entidades investigadas, somente uma teve acordo assinado em 2023. Segundo o órgão, "os descontos vinham ocorrendo em governos anteriores". 

Publicações Relacionadas

Deixe o seu comentário