Imaginário popular, terror e um retrato do Brasil se encontram em novo suspense sobrenatural do escritor carioca Jefferson Sarmento
Localizada nas serras de Mata Atlântica da região de Juiz de Fora, Minas Gerais, a Fazenda Santa Clara abriga história e um dos locais mais emblemáticos do período escravocrata. Foi a propriedade, em que homens negros moldaram nas próprias coxas as telhas da casa com 365 janelas, que inspirou o escritor Jefferson Sarmento em seu quinto livro de terror.
O enredo de 'A Casa das 100 janelas' gira em torno do fictício Solar dos Fortes, uma velha construção que remete às antigas fazendas localizadas entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Os elementos do passado colonial e escravagista brasileiro são a base para contar uma jornada de remissão e de horror fantástico nos dias atuais.
O protagonista desta história é Chico Rezende, um homem negro que, quando criança, deixou a cidade após seu pai ser acusado de assassinar Adélia Fortes, a esposa do patrão. Ele volta a Bel Parque depois de 30 anos para recuperar o passado perdido e redimir os pecados e horrores que assombram uma velha casa amaldiçoada.
Ao trazer o imaginário popular e a história brasileira como ponto de partida para o thriller, o autor promove e contribui para a ainda tímida literatura nacional do gênero. "É uma história de horror numa cidade brasileira, com todas as características que identificam esse lugar, com vínculo no nosso passado histórico, dramas familiares e sociais presentes no cotidiano", comenta.
Jefferson Sarmento aprendeu a gostar de histórias de horror com 'O Fortim', de F. Paul Wilson, mas foi com Stephen King que veio a maior inspiração – 'de Cemitério a It, A Coisa', passando por 'O Iluminado' e 'A Hora do Vampiro'. E são adultos como ele – adolescentes na década de 1980 – e o público jovem aficionado pela literatura de horror de quem o autor espera maior adesão.
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