A melhora financeira anunciada deve ser mais motivo de esperança que de júbilo
A notícia de que Jacareí vai aplicar 38,4% a mais na Educação, cerca de R$ 220 milhões, é boa neste primeiro momento (matéria nesta edição). Clama-se há muito que os gastos com a juventude sejam de dois tipos: com a educação propriamente dita e com a estrutura física das escolas. Na prática, essa divisão acontece, mas atende uma com prejuízo da outra. Ideal seria existir uma hipotética 'secretaria da reforma estrutural', e liberasse 'desse cálice' a pasta que ficasse com a responsabilidade somente da Educação.
Este raciocínio, fora de cogitação, é apenas uma tentativa de explicar a complexidade dessa secretaria da qual depende diretamente a formação de cidadãos conscientes em nossa comunidade. Seres capazes de entender a responsabilidade que cabe a cada um no traçar os destinos da Jacareí de amanhã.
Portanto, a melhora financeira anunciada deve ser mais motivo de esperança que de júbilo. O esforço a ser dispendido na solução dos muitos problemas estruturais coloca em segundo plano a verdadeira essência da Educação: a construção da cidadania. Assim, numa escala de prioridades, as escolas de tempo integral em grande número, por exemplo, deveriam ocupar o primeiro lugar. E que elas passassem a existir sem que as montagens e as manutenções das respectivas unidades, com suas burocracias, fossem separadas do 'formar o cidadão'.
Claro que ainda estamos longe de livrar-nos do 'arranjar pela manhã dinheiro para almoçar e à tarde sair atrás do dinheiro da janta', no que se refere ao setor como um todo. Pior, que outras áreas como a da saúde, segurança, justiça, obras também acumulam suas carências crônicas e clamam por soluções.
Os remédios contra o 'descontentamento coletivo' estão cada vez menos eficazes com os estoques de cidadania desaparecendo das prateleiras sociais. O 'laboratório Eleições' vai ser reinaugurado em breve, mas com carência de bons cientistas. Valha-nos Deus!
É a nossa opinião.