Candidatos não escondem a preocupação quanto à dificuldade em conseguir votos
A 13 semanas das eleições percebe-se o clima de incerteza para candidatos, partidos, mesários e eleitores. Claro que a pandemia está sendo acusada de responsável por mais esse estrago no país, mas também em alguns casos a realidade é outra. Falamos de uma velha realidade agora realçada pela Covid-19.
Candidatos não escondem a preocupação quanto à dificuldade em conseguir votos. Os que se acham realizadores temem que seus eleitores, por medo de contaminação, possam evitar a ida às urnas. Até porque as medidas de segurança anunciadas poderão provocar ajuntamento de pessoas dentro ou fora dos recintos de votação e tornar tais medidas no mínimo inócuas.
Uma prova dessas incertezas é a campanha incomum que o próprio TRE vem fazendo na mídia para que o cidadão 'se ofereça' a ser 'mesário voluntário'. Talvez por constatar que um alto percentual dos mesários costumeiros pertença ao chamado grupo de risco.
Se acontecer o fenômeno do último pleito, de o eleitor preferir renovar prefeituras e câmaras, por exemplo, por entender que o isolamento social e as redes de internet aumentaram as chances de trocar figuras costumeiras, há um equívoco: a pandemia castrou a divulgação eficiente e as redes sociais além de abarrotadas de exposição de candidatos não gozam da credibilidade necessária para garantir novidades eficientes.
Nesse balaio, persistem os resultados municipais da última eleição. Nestes, boa parte de estreantes eleitos não corresponderam às expectativas das promessas de campanha. Finalmente, temos as declarações de pais com medo de permitirem que seus filhos voltem às aulas em outubro 'para – na melhor das justificativas – não contaminarem os de casa'.
Na sexta-feira (21) o Plano São Paulo confirmou a curva descendente da Covid-19 no Estado. Esperamos haver diminuição semelhante na desconfiança e desinformação também do processo eleitoral já em desenvolvimento. E que eleitor não tenha de pensar não duas, mas três vezes antes de sair de casa para votar.
É a nossa opinião.