Com certeza, muitos antes incrédulos quanto à letalidade da doença agora vão ficar mais espertos
Por mais acostumados que estejamos com más notícias, não dá para suportar: pessoas e grupos se aproveitam da fragilidade da situação atual para desviar dinheiro destinado a compras de equipamentos hospitalares vitais para salvar vítimas da Covid-19. Oficialmente no Rio de Janeiro, Amazonas e Santa Catarina, em versão 'pandemôníaca' de recente desvio de verbas para compra merenda escolar na rede pública. Sem falar em canalhices semelhantes registradas diariamente pelo noticiário nacional e outras que certamente serão descobertas.
Infelizmente, a falta de credibilidade geral da classe política também leva parte da população ao descumprimento de cuidados básicos exigidos para evitar a disseminação do coronavírus. Cuidados sobre os quais ouvimos de tudo menos uma unanimidade para as corretas tomadas de decisões.
Na quinta-feira (7), quando passou a ser proibido andar pelas ruas e locais públicos sem máscara, um levantamento informal mostrou que 50% das pessoas estavam sem máscara. Outros, usavam-na erradamente.
Enquanto isso, continua morrendo gente. Basta um 'vir a óbito' como se diz repetidamente (procurando amenizar a morte), em consequência da roubalheira desenfreada já seria um prejuízo irreparável; infelizmente morrem milhares.
Sem querer ironizar a tragédia, dizemos que o coronavírus 'mostra-se mais organizado' que os que deveriam tomar dianteira em exterminá-lo, cada um destes 'porta-vozes' a nos dizer o que lhes convém. Porém surge esperanças de maior obediência: lamentavelmente morreu, vítima da pandemia, uma estrela de novelas da TV, Daisy Lúcidi, que também foi vereadora e deputada estadual no Rio de Janeiro
Com certeza, muitos antes incrédulos quanto à letalidade da doença agora vão ficar mais espertos, porém ainda distantes de sermos levados a sério pelo mundo. Esta mesma semana, estudos do Imperial College de Londres concluem que "hoje o Brasil hoje é o país que oferece o maior risco de contaminar toda a América do Sul". Não era 'desse futuro' o país que um dia sonhamos ser.
É a nossa opinião.