O retorno deverá ser de maneira precária e cautelosa, com rodízio de alunos e autorização explícita dos pais
Finalmente a Região Metropolitana do Vale do Paraíba entra na tão esperada 'fase amarela' que flexibiliza o Plano São Paulo de combate à Covid-19. Não é preciso dizer que continuaremos com as consequências negativas geradas pela pandemia, que não são medidas apenas pela área da saúde: milhões de desempregados, bilhões em dívidas, gente morrendo e a corrupção, nossa 'epidemia crônica', marcando sua constante presença sinistra.
Nesse quadro, em contraponto à pequena dose de esperança que a autorização para reabertura de bares, restaurantes, academias e assemelhados possa ter provocado, vem outra decisão pesada, se bem que prevista: o reinício das aulas presenciais nas escolas públicas e particulares em todo o estado, foi remarcado para 7 de outubro, um mês depois da última data anunciada.
O retorno deverá ser de maneira precária e cautelosa, com rodízio de alunos e autorização explícita dos pais, e só depois das observações de praxe quanto ao resultado o processo poderá ser flexibilizado.
Em Jacareí, a Secretaria Municipal da Educação acaba de divulgar uma pesquisa feita com os pais de alunos para saber o que pensam de um eventual retorno dos filhos às aulas. Opinaram 70% dos pais. Destes, 64% foram favoráveis à continuidade das aulas à distância; já 4% optaram por um sistema híbrido em que parte das aulas sejam presenciais e parte pela internet ou à distância sem computador. Pouco mais de 20% mostraram-se favoráveis à volta presencial.
A decisão final cabe ao Conselho Municipal de Educação, mas é previsível que o ano letivo de 2020 não terá mais condições para acontecer. Até porque as eleições estarão, na prática, a pouco mais de 30 dias.
Fora o processo eleitoral em si, haverá a necessidade de preparação dos locais de votação dias antes e depois do pleito, e a grande maioria das escolas abrigam as zonas eleitorais. Então, nosso retorno à chamada realidade continuará, mas a conta-gotas.
É a nossa opinião.