Gurgacz não perdera o cargo: continuou senador. Apenas é obrigado a dormir à noite em casa
A Justiça Federal, em Brasília, havia autorizado o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) a passar 18 dias 'em férias' no Caribe em hotel superluxuoso. Não estava explícito, porém viria no pacote consumir bebidas alcóolicas, jogar no cassino interno, etc. Acontece que Gurgacz está pagando pena em prisão domiciliar, (fraude contra o sistema financeiro), impedido de sair do país, ingerir bebidas alcoólicas, jogar e, também, do 'etecetera'. Inclusive a 'férias do cumprimento da sentença'.
Gurgacz não perdera o cargo: continuou senador. Apenas é obrigado a dormir à noite em casa. Pagaríamos sozinhos o mico internacional da semana, se não surgisse a simpática britânica Jose Birds, de 93 anos. Ela foi presa, devidamente conduzida à delegacia sob escolta de policiais britânicos e duramente interrogada pelo delegado. Jose era 'acusada' de ter roubado mercadorias num supermercado londrino, crime que negou veementemente durante o interrogatório.
Sem nada provarem contra ela, serviram-lhe chá com bolo e mandaram-na 'feliz' de volta para casa. Feliz, mesmo! Jose realizava um sonho de anos: 'sentir a sensação de ser presa pela polícia'.
Jacareí também deu pequena contribuição. A Câmara aprovou, projeto que obriga os 'pet shops' a filmarem cachorros em pleno banho para evitar maldades contra eles pelos funcionários das casas (!). Antes, protegíamos humanos contra cães raivosos; agora, virou.
Senador cumprindo pena ganha férias em hotel caribenho de R$ 4 mil a diária; idosa de vida ilibada sonha ser presa. O criminoso quer regalias; honesta quer ser presa; cãozinho tem banho protegido por lei. O mundo está mesmo mudado.
Consola-nos a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, não estarem para maluquices; acabaram com o deboche do senador, que não vai para Aruba nem a lugar nenhum. Volta a cumprir a pena em casa. Sem chá e sem bolo na volta.
É a nossa opinião.