Ano passado, nesta época de Dia das Mães, a pandemia impediu a abertura do comércio, inclusive de restaurantes
Um restaurante popular da região central de Jacareí, cujo proprietário, um tranquilo jovem que deu à casa um perfil filosófico 'paz e amor', surpreendeu os frequentadores. Transformou o local num centro de protesto contra as restrições do governo no enfrentamento da Covid-19, pandemia que o fez perder mais de dois terços da clientela. Em destaque no salão vê-se um cartaz com uma foto do governador onde se lê: 'Impeachment de Dória'. Inclusive, mantém à venda no balcão adesivos para autos ostentando a mesma frase.
Frequentadores do estabelecimento fazem coro aos protestos desanimados com a 'marcha-lenta' da vacinação, principalmente dos professores, que os leva a crer que as aulas presenciais vão ficar para meados do segundo semestre 'e olhe lá!' Eles não estão sós. Na fachada da comportada Associação Comercial de Jacareí, uma faixa conclama: 'Queremos Trabalhar!'.
As dúvidas têm fundamento. Ano passado, nesta época de Dia das Mães, a pandemia impediu a abertura do comércio, inclusive de restaurantes, e não tínhamos os mais de 420 mil mortos de hoje. Por isto, os comerciantes temem que a abertura atual seja apenas para 'acalmar os ânimos' e, uma vez passada a data, o arroxo vai continuar. 'Mais uma vez a população será manipulada se isto vier a acontecer de fato' é a leitura que se faz do caso.
Na terça-feira (4) um rapaz de 18 anos invadiu uma creche do município de Saudades (SC) com um facão e matou cinco pessoas até ser detido. Três crianças com menos de dois anos, uma jovem de 20 e uma professora. Na favela do Jacarezinho (RJ) um tiroteio entre polícia e bandidos deixou pelo menos mais de duas dezenas de mortos e balas perdidas atingiram dois passageiros do metrô que passa por ali.
Que mais precisa acontecer para alguma pessoa séria que comanda este país entender aonde estamos sendo levados por esse clima esquizofrênico? Pior que por aqueles que deveriam, de ofício, nos manter seguros.
É a nossa opinião.