Autorizar o ensino presencial é também se responsabilizar pelas consequências
Conforme já prevíamos, as aulas presenciais na rede escolar básica dificilmente serão retomadas este ano. Cada vez fica mais claro que deixar tudo para 2021 sai mais econômico, menos arriscado e demonstra bom senso. Nada garante que todos os cuidados obrigatórios evitem a temida contaminação que faz do aluno um perigoso 'meio de transporte' do temido coronavírus para pessoas de risco.
Numa entrevista ao 'Jornal Piratininga' na sexta-feira (11), a secretária da Educação de Jacareí, Maria Thereza Cyrino, expôs os prós e contras para a volta às aulas em outubro, e todos os riscos e contradições que ela envolve. Ninguém quer ser culpado por uma eventual contaminação, já que autorizar o ensino presencial é também se responsabilizar pelas consequências.
Problema semelhante já observamos no processo eleitoral de 15 de novembro próximo. Apesar do eleitor permanecer no recinto de votação (geralmente uma escola) pelo período de 1 hora, no máximo, houve uma baixa muito grande no contingente de mesários que passarão de dez a 12 horas no local. Este cargo, antes disputado principalmente por funcionários públicos, grupo que ganha na prática quatro dias de folga em troca de ajudar na eleição, este ano faltam voluntários. Mas, isto é assunto para o início de novembro.
Voltando às aulas escolares, dois fatos ocorridos em Jacareí parecem definitivos para a ideia de deixar tudo para 2021: Em pesquisa realizada entre pais e responsáveis por alunos – quanto à volta das aulas presenciais este ano – o 'não' foi mais de 70%; uma escola particular está sendo processada por permitir a volta 'com todos os cuidados' e, apesar disto, um aluno foi contaminado.
Infelizmente, o jeito com que está sendo tratada a pandemia no Brasil permite-nos concluir que o ser humano de 'contagiante criação da natureza' parece ter passado, na cabeça de algumas celebridades, para 'contagioso vetor para seu aniquilamento'.
É a nossa opinião.