Vivessem ambos no passado, com certeza Dale Carnegie extrairia deles suas técnicas vitoriosas para enriquecer o texto
Uma das maiores empresas livreiras do mundo revelou ano passado em sua lista de 'tops' uma obra que desde 1937 vem batendo recordes de venda: 'Como fazer amigos e influenciar pessoas' do norte-americano Dale Carnegie. Quem leu pelo menos os dez capítulos iniciais há de concordar que a grande maioria da classe política ignora o 'best-seller'. Fácil de provar sem ter de ir muito longe:
Na capital, a candidatura Celso Russomano foi para o brejo mais uma vez; em São José dos Campos, Felício Ramuth venceu em primeiro turno apesar de ter construído o viaduto que, segundo seus adversários, 'liga o nada à coisa nenhuma', e relutado quanto ao 'fique em casa'; em Caçapava, um fenômeno raro, ou seja, nenhum prefeito, vice ou vereador foi reeleito, zerou tudo, e em Jacareí o grupo político mais organizado, conhecido e agressivo perdeu feio. Não vamos cansar você analisando a derrota de Donald Trump nos EUA, embora o livro tenha um capítulo inteiro que se encaixa em um dos motivos: ele perderia longe de Joe Biden num concurso de sorrisos abertos.
Russomano pisou na bola ao ironizar o câncer de Covas, mas Ramuth ergueu a autoestima de SJC dando à cidade um símbolo icônico num momento em que a população vivenciava baixa estima; Caçapava elegeu prefeita alguém que 'fala' com o coração, treinada numa entidade assistencial acolhedora. Jacareí reelegeu prefeito que 'trabalha direitinho e é responsável com o dinheiro público', apesar dos opositores baterem nele incansavelmente.
Aí você pergunta: 'mas e o Valmir, do Democratas (3.178 votos) e a Sônia Patas, do PL (1.987), os dois mais votados, eles leram o tal livro?! Não importa. Vivessem ambos no passado, com certeza Dale Carnegie extrairia deles suas técnicas vitoriosas para enriquecer o texto, ao passo que inspirados nos candidatos perdedores escreveria outra obra que se daria melhor com o título 'Como fazer inimigos e afugentar pessoas'.
É a nossa opinião.