Acusam a empresa coletora de encurtar trajeto para economizar combustível, mas o problema parece bem maior
Vinhedo, cidade não cortada por rio histórico que enriquece as tardes ensolaradas; não possui viveiro municipal cinematográfico e onde Dom Pedro I nunca pernoitou; jamais foi "Athenas Paulista", não tem bolinho caipira e nunca fabricou 'biscoutos' ou tapetes famosos, tem, em compensação, um atrativo invejável: é extremamente limpa. Em suas ruas dificilmente se vê papeis ou tocos de cigarros nos passeios caprichosamente conservados. Limpeza é ali verdadeira atração turística'.
Em comparação, Jacareí, que tem passado e presente historicamente invejáveis e pode esbanjar boa fama de talentosos cidadãos, vive enroscado em picuinhas do dia-a-dia. Não se caminha sossegado por velhas calçadas mal conservadas da região central, principalmente horas antes da coleta de resíduos domésticos. Na esquina da Rua Lamartine, onde esteve até pouco tempo a Secretaria de Esportes, por exemplo, sacos de lixo espalhados pelo chão obrigam o passante a desviar pelo leito carroçável em trecho movimentado de veículos. Dizem que 'é preciso facilitar o trabalho da coleta'. O mesmo se repete em tantas outras esquinas da região central, para felicidade dos cães de rua.
Acusam a empresa coletora de encurtar trajeto para economizar combustível, mas o problema parece bem maior: é grande o número de 'eleitores' a quem falta um mínimo de respeito para com cidade e cidadãos. Basta olhar para o chão e conferir: não se anda dez passos sem topar com os mais diversos tipos de descarte. Sem falar da incontável natureza de poluentes jogada no rio, às escondidas. Como todos que fazem isso votam, ninguém mexe com eles.
Um trabalho forte de secretarias – Meio Ambiente a exigir coletas limpas; Segurança a impedir vandalismo; Obras a fiscalizar a conservação das calçadas, e Educação a alertar crianças sobre o tipo de cidade receberão de seus pais um dia – poderia acrescentar a Jacareí um bom título: 'cidade coletora'.
É a nossa opinião.