Mais de 77 milhões de pessoas dos grupos prioritários só devem estar completamente imunizadas contra a Covid-19 a partir de setembro. A projeção pouco otimista é de especialistas ouvidos pelo Estadão e decorre do baixo estoque de vacinas disponíveis para cumprir o Plano Nacional de Imunização.
A capacidade do sistema é de vacinar dois milhões de pessoas por dia, mas a meta do governo de imunizar um milhão por dia ainda está longe de ser cumprida.
Apenas na última quinta-feira, dia 1º de abril, o governo conseguiu, pela primeira vez, aplicar mais de um milhão de doses. Já na sexta-feira (2), o número caiu ao patamar de 300 mil doses.
A dificuldade está na falta de vacinas, que não foram garantidas pelo Ministério da Saúde com a compra antecipada, em 2020.
Sem imunizantes prontos, o país também enfrenta bloqueios no recebimento dos IFA – os insumos farmacêuticos ativos – matéria-prima essencial para fabricar as fórmulas tanto no Instituto Butantan, em SP, como na Fiocruz, no RJ.
O governo prometeu vacinar 80 milhões de pessoas até a metade do ano. A fórmula é matemática: se a partir de agora forem vacinadas um milhão de pessoas diariamente, sem redução ou interrupção no fim de semana, a demanda será cumprida por volta de 25 de junho.
Mas é só a primeira dose. Para a segunda, leva mais algum tempo para atingir a previsão.