Nossa metrópole é berço de grandes contadores de histórias. Entretanto, o que seria deles sem a plateia? Por isso, louvo o amigo Emílio Delfino, o melhor ouvinte de histórias de Jacareí. Ele me chamou a atenção para os pescadores urbanos, personagens típicos das pontes do centro, do Jardim Flórida e das margens do Turi, nas imediações do Parque da Cidade.
Detalhes típicos como esses pescadores estão por todos os lados e apontam o gigantesco potencial do município para o turismo, que desponta como a esperança econômica da população por dias melhores. Nenhuma outra cidade possui uma vistosa bromélia (mais especificamente um caraguatá) cultivada espontaneamente por Deus e os pássaros no telhado de um ponto de ônibus (na Praça Soldado Constitucionalista de 1932, em frente à Rua Chiquinha Schurig).
Nem se alegue a tradição de grandes concorrentes, como Buenos Aires. É dispensável pagar tão caro e voar para tão longe para ver o 'Caminito'. Jacareí tem sua sequência alegre de casebres coloridos do início do século passado, e é muito mais bonita. Fica na breve Rua João Ferraz, na região central. Vá lá, confira pessoalmente e concorde com o colunista.
A abertura da Rua Octaviano Câmara, no Jardim Jacinto, realizada no final da segunda gestão do primeiro morubixaba da Dinastia do Proletariado, revelou aos olhos do público a curiosa casa torcida, única na América Latina em seu gênero. É uma joia da arquitetura de curvas, lição notável de aproveitamento de espaços. A fachada sinuosa acompanha perfeitamente o traçado da rua e o telhado parece uma onda do mar havaiano propícia aos surfistas, ou ainda, uma escada genética constituída de telhas romanas.
Ainda é escassa a possibilidade de encontrar uma sombra no Parque dos Eucaliptos Cortados, porém o logradouro ganhou da arguta Renovação Burguesa uma linda carruagem branca de princesa, com nobres bancos vermelhos, onde crianças posam para fotos de família. Fica a sugestão ao burgomestre: aos sábados e domingos, contratar uma Cinderela para atrair mais público e ampliar a magia nos corações infantis.
É tanta atração turística, que precisaremos voltar ao assunto na semana que vem.