É consenso na sociedade que a leitura traz benefícios para o aprendizado e elevação cultural das pessoas. Entretanto, enquanto não se estudou com profundidade o assunto, tal conceito foi baseado em noções meramente intuitivas.
De um quarto de século para cá, a leitura passou a ser observada pela ciência e as pesquisas realizadas confirmam os benefícios da atividade nas mais diversas faixas etárias. Ou seja, ler faz bem em qualquer etapa da vida humana.
Duas universidades britânicas firmaram parceria para acompanhar, da tenra infância à fase adulta, quase dois mil pares de gêmeos. Aquele que lia mais que seu irmão venceu com mais eficiência os desafios escolares em todas as matérias e atingiu maior pontuação nos testes de QI realizados ao longo de mais de uma década.
O uso de gêmeos objetivou evitar que discrepâncias genéticas atrapalhassem o nível de precisão dos estudos. A conclusão inequívoca é que ler aumenta a inteligência das pessoas e que o desenvolvimento amealhado na infância perdura pelo restante da vida do indivíduo.
Segundo os especialistas, o aprofundamento da leitura gera desenvolvimento intelectual pela capacidade de exigir concentração e habilidade abstrata desde cedo. Decifrar o alfabeto é uma atividade cerebral mais complexa que o aprendizado da fala. Logo, a leitura obriga a mente a se adaptar a novas situações e necessidades.
A leitura também traz vantagens de saúde à terceira idade. Os idosos que cultivam o hábito retardam o Mal de Alzheimer, explica o neurologista André Matta, professor da Universidade Federal Fluminense. Como ler exercita a área da memória, protege o paciente porque a doença ataca primeiramente essa região do cérebro.
Além da garotada e da velha guarda, qualquer adulto pode igualmente se beneficiar de livros de qualidade. Dois cientistas da centenária Universidade de New School, localizada em Nova Iorque, descobriram que os grandes clássicos da literatura mundial alavancam a inteligência emocional dos apreciadores.
A razão é simples: situações complexas, análises profundas e interpretações abertas provocam conclusões espontâneas e exigem sensibilidade para sábia compreensão da realidade própria e alheia.
Não percamos mais tempo, tiremos logo o Machado de Assis empoeirado da prateleira!